| Desde seu lançamento no mercado nacional a Honda Tornado 250 tomou conta das trilhas e pistas do Brasil. A trail da Honda é hoje praticamente o único modelo nacional em produção disposto a enfrentar o off-road. Basta uma leve depenada e a substituição dos pneus por modelos com cravos e pronto: já dá para se aventurar no meio do mato. A opção por motocicletas nacionais para a prática do esporte se dá por vários fatores. O principal deles é bastante óbvio: o preço. Uma Tornado 0KM custa menos da metade de uma enduro importada (0KM). A facilidade de manutenção e peças é outro fator que influi na escolha do modelo. Outro tipo de usuário é aquele que que compra uma moto para transporte que também possa dar uma voltinha na terra. Até que ele pega o vírus da coisa e resolve transformá-la numa verdadeira enduro. Adeus tambor. Disco, seja bem vindo. Realmente ainda não sei porque as fábricas no Brasil não levam a sério o mercado off-road oferecendo modelos prontos ou preparados para o esporte. Não seria muito difícil para o Honda lançar uma versão Enduro da Tornado (não vou nem citar a exportada CRF230). A própria fábrica estimula o uso do modelo em competições como no Campeonato Paulista de Motocross, mas se você quiser correr terá de comprar a moto completa na concessionária, com espelhos, painel, pneus de rua e um monte de coisa que não vai usar. Há mais de 20 anos quando o mercado era nanico comparado ao de hoje tinhamos modelos nacionais prontos para as pistas. Lembram-se da Yamaha MX180R? A própria Honda chegou a anunciar um kit especial para a Tornado, mas ele infelizmente nunca chegou ao público. Felizmente o mercado de acessórios é bem mais ágil que as multinacionais japonesas. Onde aparece a demanda logo os fabricantes de peças estão lá oferecendo seus produtos para aperfeiçoar nossas queridas motos. As opções vão desde adesivos e guias de corrente até kits de motor e suspensão, passando por escape, ponteira, manetes, acessórios para carburador e a lista vai... Resolvemos testar a Tornado de um dos preparadores mais conhecidos nas pistas de São Paulo. Mesmo com suas limitadas habilidades como piloto (brincadeirinha viu Valmir) não é raro vermos o Polaco largando na frente quando o gate cai na categoria nacional. Fomos conferir de perto quais foram as mudanças que transformaram a moto num canhão. A pista escolhida para o teste prático não era nada amigável às motos nacionais. O circuito do Fish Country em Embú-Guaçu é reconhecido pela boa quantidade de obstáculos e para ajudar no dia do teste estava repleto de buracos. Mas como o intuito era mesmo testar o equipamento vale o velho ditado do "quanto pior melhor". Mudanças Há mais de dois anos aperfeiçoando a preparação de sua motocicleta ele já experimentou vários kits cilindro/pistão de diversas capacidades. Atualmente utiliza um kit que eleva o volume do motor para 360cc. São trocados o cilindro, pistão (Ross, fabricado nos Estados Unidos), anéis, válvulas, comando de válvulas e carburador. Esses dois últimos itens ainda recebem uma preparação especial. Para suportar a força maior que vem de cima a parte debaixo do motor também recebe melhorias. Uma nova biela é instalada e o virabrequim é trabalhado para aumentar a velocidade média do pistão. A embreagem também é retrabalhada assim como o filtro de ar e sua caixa são trocados. O CDI é remapeado para se adaptar às novas características do conjunto e o escape e ponteira são fabricados pela Tork especialmente com tubos de maior diâmetro. Cada pequena modificação é testada no dinamômetro antes de ir para as pistas. As suspensões receberam novas válvulas entre outras modificações, tanto a dianteira como a traseira. Com as alterações o curso de ambas foi para 280mm, bem mais que os 245/242 mm originais. Na roda traseira sai o antiquado sistema de freio a tambor e entra um disco de 240mm com pinça da Brembo. Na frente foi instalado um modelo flutuante tipo "wave". Os flexíveis com malha de aço (aerokips) garantem resposta imediatas aos comandos. Para completar a Tornado do Polaco recebeu guidão Pro Taper, manetes retráteis, aros DID japoneses e raios de 4 mm. Para terminar um banho de visual com adesivos e capa de banco personalizadas, cromo nos parafusos, anodização, folheado nos discos, coroa, pedaleiras... |